sexta-feira, fevereiro 24, 2006

Um post sem pés nem cabeça

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Há gajos que nascem “cool” por natureza, não precisam de comprar cenas em lojas de marca, onde um gorro chega a atingir os 80 euros e um gajo fica naquela, indeciso entre comprar o gorro ou um Jeep chinês, que é só mais 7 euros e sempre dá para abastecer com gasolina e andar e essas cenas que os carros fazem, como atropelar animais e subir passeios.

E depois um gajo com um jeep pode sempre dizer que é empresário e que tem negócios com os russos e gajas ficam doidas quando se fala dos russos, porque há uma noção implícita de perigo, isto mesmo que o russo se chame Sergei, tenha 4 anos e não consiga acabar o cubo mágico. A cena com os russos é que atrás de um vem sempre outro e o Sergei pode ter um pai com 1,90 m (acabar ou não o cubo mágico já é irrelevante) que conheça um chinês, que por sua vez é mestre de karaté de um paquistanês, que exporta filtros para um colombiano e está o caldo feito e um gajo já não precisa de um jeep, mas de um desportivo, discreto, que ande bem e que engate umas gajas, porque um gajo anda a fugir de bandidos, mas não está morto.

Os Strokes são a banda típica do estilo. Vestem-se como os gajos da Balada de Hill Street e como o Pimenta Machado, que por sua vez imitava o Chuck Norris, que quando não estava ocupado a matar pessoal com golpes mais lentos que o sistema digestivo do Ariel Sharon, usava uns fatos com calças à boca-de-sino, que até houve uma vez que o Bruce Lee gozou e perguntou se o gajo tinha comprado o fato nos chineses ou se era merchandising dos Bee Gees, isto com o natural desfasamento entre o movimento dos lábios e a voz do gajo. Quem me disse isto foi o Kim, que é um chinês que diz que já coseu carteiras para as maiores celebridades da China e que diz que o Bruce Lee não morreu e vive em Shangai, disfarçado apenas com um sinal no canto da boca, onde é neurocirurgião e escreve poesia simbolista e isso.

Os Strokes são bons músicos e eu gosto (não no sentido desse pessoal que dá festinhas no cabelo de um gajo e diz que vai ser meiguinho e que é um primo afastado dos nossos pais), mas este último álbum é piorzinho que os outros, porque os gajos têm aquela cena de ser contra a repetição de fórmulas e contra a rotina de criação, mas rotina é potencialmente boa, que o diga o Humberto Bernardo, que agora que não tem nada para fazer, passa o dia a brincar consigo mesmo em movimentos pendulares de pressão rotineiros, que por momentos o fazem esquecer daquele fatídico lapso na apresentação do concurso Miss Portugal, que hoje o coloca no recto da produção televisiva nacional a par de nomes como o Lecas, que hoje trabalha como tapete em centros comerciais da área metropolitana de Lisboa e um gajo fica triste e a pensar na celeridade dos ciclos de vida e na possibilidade de daqui a uns anos, em vez de estar aqui a escrever-vos neste opulento blog e após cometer o erro crasso de gozar com o Humberto Bernardo, estar a escrever no "bloco de notas" de um qualquer 486, com impressora de agulhas, sendo o meu público essencialmente constituído por estrangeiros à espera de legalização.

Eu escrevo mesmo bem, caraças! Não escrevo nada de jeito, mas que escrevo bem, escrevo.

6 Response to Um post sem pés nem cabeça

24 fevereiro, 2006 18:45

.... e depois o bêbado sou eu... da-se!!

24 fevereiro, 2006 18:48

ca ganda enredo...o´Judas!

24 fevereiro, 2006 18:50

Os charros também fazem mal comá merda...!!!

24 fevereiro, 2006 20:00

Um post sem pés na cabeça, mas com boas mãozinhas...

24 fevereiro, 2006 23:19

Judas
Tens toda a razão. Tenho um primo que também esteve lá e me contou o mesmo.
Só ficou sem saber se era escocês ou escocesa pois estava de saia.
Pediu para tu fazeres o teste da gaita ou seja meter a mão por baixo e esclareceres se ela, a dita, é de beiços ou de foles. Mas com cuidado não vá ela romper e começar a verter! eheheheheheh
Depois escreve-nos outro post!

14 março, 2006 23:17

epa,eu ca tambme quero um desses jeeps chineses de 87 euros. Onde se vendem? exige-se resposta