segunda-feira, janeiro 29, 2007

Histórias da minha terra em VHS - Vol.1

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Sô Mendes: Lembro-me bem dos primeiros tempos. Uma altura ia eu para Lisboa...
Sra Mendes: Sempre teve fraca memória este homem!
Sô Mendes: ...ia eu o Sá, o Rodrigues e o alferes Oliveira quando de repente uma mulher da vida se vira para nós...
Sra Mendes: Isto não tem ponta por onde se lhe pegue.
Sô Mendes: ...a fazer olhinhos e nós, malandros como éramos, piscámos-lhe o olho...
Sra Mendes: Oh não, lá vamos nós outra vez.
Sô Mendes: ...e dissémos "ó farpa!!!" e a rapariga, toda jeitosa, com um vestido que se usava na altura a verem-se os joelhos todos...
Sra Mendes: Quantas vezes lhe mostrei eu os joelhos!!!
Sô Mendes: ...a olhar para nós de canto, com um sorrisinho maroto, a mexer ao de leve no cabelo encaracolado, deitando a língua de fora de vez em quando...
Sra Mendes: Se calhar estava cheia de aftas.
Sô Mendes: ...chegou à minha beira e pediu-me lume, eu não fumava mas tinha um maçarico no saco...
Sra Mendes: ??????
Sô Mendes: ...meteu graciosamente o cigarro à boca e eu ateei o lança-chamas...
Sra Mendes: (escandalizada) Pobre rapariga!!!
Sô Mendes: ...e aquilo era labaredas por tudo quanto era lado, vieram os bombeiros...
Sra Mendes: Santo Deus.
Sô Mendes: ...mas não puderam fazer nada, aquilo era já cadáver, viam-se os ossos todos calcinados...
Sra Mendes: (enojada) Por amor de Deus.
Sô Mendes: ...retiraram o corpo envolto num plástico e depois serviram bolinhos de bacalhau e licor Beirão...
Sra Mendes: Sinceramente!
Sô Mendes: ...e foi uma festa toda a noite.
Sra Mendes: Não sentes remorsos?
Sô Mendes: Não tinha fósforos à mão!

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