quarta-feira, setembro 27, 2006

Trabalho, logo... mais tarde

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Estava a por a leitura de blogs em dia para ver as últimas novidades, castigos e afins, quando me salta à vista a seguinte frase:

"Podia ter uma profissão normal, tipo médica, enfermeira, advogada, funcionária pública… Aí toda a gente saberia o que eu faço, ou no último caso, o que eu não faço!"

Lembrei-me que realmente os funcionários públicos dizem que a profissão deles é essa mesma, funcionários públicos. Eu vi isto em concursos de televisão e a parte interessante é que dizem sempre a profissão assim com a cabeça rebaixada e num tom de voz quase indissimulável, como se estivessem a dizer que vêem daqueles filmes, que eu nunca vi, que tem têm raparigas que antes eram homens mas que ainda são mais ou menos porque ainda têm pila e que deixam as pessoas confusas e assim com uma noção aguda de asco.

É que dizer que são funcionários públicos é o mesmo que eu dizer que sou trabalhador. Pronto é isso que eu faço, trabalho. Em coisas e trato de assuntos. E por vezes tenho reuniões, que não dão muito trabalho mas não dão para dormir e dão vontade. E escrevo coisas no computador. Coisas.

Por outro lado, existem profissões que também não conseguem responder qual é a sua profissão. Por exemplo, se perguntarmos a um biólogo o que faz, ele apenas pode dar duas respostas. A primeira, a da maioria, "Ah, estou neste momento sem emprego. Ando a analisar as propostas e a decidir o que quero fazer no futuro". A segunda, "Ah, analisei as propostas do KFC, Burger King e do McDonalds e estou a trabalhar no McDonalds. Espero evoluir para entrar no GreenPeace e ser fufa."

No fundo, mesmo dado isto tudo, quando digo a minha profissão a uma rapariga ela continua a ficar olhar para mim a tentar perceber porque é que não tenho borbulhas, onde está a minha t-shirt com um pinguim e imagina que me masturbei nas últimas 3 horas e que o farei de seguida a pensar nela. Também é suplício ser informático!

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